SOBRE RACISMO E USO POLÍTICO DA RAÇA
Nos últimos tempos, em que questão de gênero e raça ganha corpo e engrossa a luta por direitos e garantias de grupos historicamente negligenciados em sua humanidade seja pela cor da pele, ou pelo gênero ao qual pertence, tem crescido também o oportunismo político em torno de tais pautas, urgentes, necessária e fundamentais para a garantia da humanidade desses grupos. Na história do Brasil, capitães do mato, homens pretos, mas muitos brancos e mestiços também, açoitavam outros homens, mulheres e crianças pretas em nome dos senhores de terra, numa relação de poder imaginária, visto que o poder continuava sendo dos senhores, e os capitães apenas os que usavam a força, que inclusive se voltava, em alguns casos, para eles mesmo. O país, que se quer dá mostra de liberdade aos povos trabalhadores, e menos ainda aos povos pretos e as mulheres, vem sofrendo nas mãos de grupos que legitimam a perversidade contra os seus iguais, seja pela classe a que pertencem (trabalhadora), seja pela raça e/ou gênero. Não bastasse a legitimação das perversidades, como vem ocorrendo na Secretaria Municipal de Educação da cidade de Cabo Frio, onde o secretário de educação, professor, homem negro, vem açoitando seus companheiros de trabalho, no mesmo requinte de perversidade que nossos ancestrais, capitães do mato. No último contra cheque esses trabalhadores tiveram mais de 94% de perda de seus salários por exercerem um direito constitucional à greve, sobretudo nesse momento de incertezas sobre a saúde e a vida, massacre esse pelas mãos de um homem negro, professor e agora, secretário de educação. Não contente com a perversidade desferida aos que um dia já foram seus companheiros de trabalho, e que logo, logo voltarão a ser, e a história não permitirá que essa lembrança se apague, partidários do senhor secretário, homem negro, professor, vem dando uso político para uma pauta tão importante como a do racismo para atribuir tal comportamento a um sindicato e uma categoria que cobra e de forma extremamente acertada, tal perversidade de um homem negro, professor, e portanto capitão do mato, como bem a história nos mostrou ao longo de toda escravidão. Ora senhor Flávio, não queira status de Zumbi dos Palmares quando tua postura é de capitão do mato, e dos mais perversos!
Perfeita análise! Ótimo texto Prof Martha!
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ResponderExcluirMUITO BOM!
Muito boa a reflexão.
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