quarta-feira, 15 de julho de 2020

Aprovação automática em tempos de pandemia

Há alguns anos a ideia sedutora da aprovação automática era celebrada pela família, por alguns professores, pelas escolas, mas principalmente pelos governos. A ideia que se vende, desse modelo de aprovação é que a qualquer momento o aluno pode recuperar o que perdeu sem ter o ano escolar prejudicado. Mas, se em 200 dias de dedicação aos conteúdos da referida série escolar, em que todos os colegas encontram-se, razoavelmente, no mesmo nível de conhecimento e ainda assim o/a aluno/a encontrou dificuldades em assimilar conteúdos de referência específica daquele ano escolar, como será mais fácil ele captar tais conteúdos de série mais elevadas, com colegas em nível de conhecimento mais avançado? A experiência mostra que esses (essas) aluno/as tendem a estacionar no desenvolvimento científico escolar. Ou mantêm-se aprovando colando do colega, ou sendo constantemente aprovado pelos conselhos escolares. E assim sendo, têm seu futuro educacional comprometido. É preciso discutir qual a função da escola! Toda ação educacional deve ser pautada pela intencionalidade. Ou seja, o papel da escola é apenas o de certificadora (diplomadora)? Ou a escola busca elevar o nível de consciência do educando, fazer com que ele alcance conhecimentos mais elaborados para a vida!? É definindo de que escola se fala que entenderemos que cidadão se deseja formar. A escola, porém, não deve compactuar com o projeto de ilusão do capitalismo, que finge entregar nas mãos do sujeito possibilidades de escolhas quando estar lhe podando caminhos impedindo-os de enxergá-los e com isso de optar por esses. E, nesses tempo de pandemia, que no Brasil se transformou em pandemônio o discurso do cuidado com o aluno ganha força, enquanto não passa de cilada bem armada para destruir sonhos e possibilidades. Aprovar alunos com o discurso de não prejudicá-los é o mesmo que ministrar venenos que mata aos poucos e usar o discurso de estar prolongando-lhes a vida! 

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