quarta-feira, 22 de julho de 2020
quarta-feira, 15 de julho de 2020
Aprovação automática em tempos de pandemia
Há alguns anos a ideia sedutora da aprovação automática era celebrada pela família, por alguns professores, pelas escolas, mas principalmente pelos governos. A ideia que se vende, desse modelo de aprovação é que a qualquer momento o aluno pode recuperar o que perdeu sem ter o ano escolar prejudicado. Mas, se em 200 dias de dedicação aos conteúdos da referida série escolar, em que todos os colegas encontram-se, razoavelmente, no mesmo nível de conhecimento e ainda assim o/a aluno/a encontrou dificuldades em assimilar conteúdos de referência específica daquele ano escolar, como será mais fácil ele captar tais conteúdos de série mais elevadas, com colegas em nível de conhecimento mais avançado? A experiência mostra que esses (essas) aluno/as tendem a estacionar no desenvolvimento científico escolar. Ou mantêm-se aprovando colando do colega, ou sendo constantemente aprovado pelos conselhos escolares. E assim sendo, têm seu futuro educacional comprometido. É preciso discutir qual a função da escola! Toda ação educacional deve ser pautada pela intencionalidade. Ou seja, o papel da escola é apenas o de certificadora (diplomadora)? Ou a escola busca elevar o nível de consciência do educando, fazer com que ele alcance conhecimentos mais elaborados para a vida!? É definindo de que escola se fala que entenderemos que cidadão se deseja formar. A escola, porém, não deve compactuar com o projeto de ilusão do capitalismo, que finge entregar nas mãos do sujeito possibilidades de escolhas quando estar lhe podando caminhos impedindo-os de enxergá-los e com isso de optar por esses. E, nesses tempo de pandemia, que no Brasil se transformou em pandemônio o discurso do cuidado com o aluno ganha força, enquanto não passa de cilada bem armada para destruir sonhos e possibilidades. Aprovar alunos com o discurso de não prejudicá-los é o mesmo que ministrar venenos que mata aos poucos e usar o discurso de estar prolongando-lhes a vida!
segunda-feira, 13 de julho de 2020
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, TAMBÉM CHAMADA DE ENSINO REMOTO
Em tempos de pandemia, que no Brasil se transformou em pandemônio, uma estrutura anterior ganha força total. A saber, educação a distância com a falácia de ensino remoto, mas que é a mesma coisa, só mais precarizado. O país festejou a iniciativa, fechando os olhos para fatores primordiais ao que chamamos de processo educativo. Não bastasse a exclusão já existente no mundo educacional, o ensino remoto, que é educação a distância ainda mais precarizada, invadiu os lares daqueles que podem pagar a internet, no final das contas, ainda que com direito ao acesso, só se manteve no jogo os que tinham as ferramentas (celulares, tabletes, computadores, notebooks…) em quantidades suficientes, logo depois tomou-se conta que em um país predominantemente analfabeto, ter acesso e ter ferramentas não foram suficientes, era preciso ter um mínimo de conhecimento escolar para auxiliar os filhos. Não bastasse todos os entraves acima listado, me pergunto; e a formação do professor? Pra que serve? No ensino médio são 4 anos dedicados ao aprendizado de didática, filosofia, sociologia. Na universidade mais 4, sempre com ênfase na filosofia da educação, sociologia da educação e na didática, por serem as maiores ferramentas de aproximação entre quem ensina, quem aprende e o objeto a ser aprendido. Diante disso o cenário que se monta é, de que educação estamos falando? Qual a sua função? Se pensamos que a função da educação é elevar o sujeito “Do senso comum à consciência filosófica” (Dermeval Saviani), que ensino é esse do apenas preencher lacunas, respostas? Sem possibilidades concretas de diálogo, trocas? É imperativo percebermos que esse modelo de ensino só fomenta o ideal já instaurado nesse modelo de sociedade em que vivemos, qual seja o de meramente reproduzir o que lhe é proposto. A educação não pode ser passiva, educação é carregada de atividades, contradições, reflexões, debates e trocas. O que vem sendo oferecido nesses tempos é um projeto para ampliação das desigualdades de classe. Um projeto para a exclusão do conhecimento produzido nas universidades e reproduzidos nas escolas básicas. Não deveria ser concebível qualquer forma de aprendizagem que excluísse o debate, o diálogo…
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